Hoje estive a assistir ao debate (?) aqui e agora na SIC sobre a educação sexual.
É vergonhosa a forma tacanha e acanhada como se trata o sexo e a sexualidade em pleno século XXI. A educação sexual "é um processo". E a mim apetece-me dizer: "Ai é? E depois?"
Para alguns poderá parecer estranho (ou vá lá, absurdo!) o que vou dizer. Mas concordo plenamente com a posição defendida pelo Pe Vasco Pinto de Magalhães. Antes de se educar (para a) sexual(mente) é preciso educar a sociedade.
No nossa sociedade tudo é imediato, tudo é momentâneo, primeiro aje-se e depois pensasse, primeiro vai-se para a cama e depois perguntasse o nome. E não me venham dizer que isto é um delírio, porque não o é.
Quanto ao Sr. Dr(outor) Daniel Sampaio, quantas vezes é que ele sai do gabinete de onde trabalha? Acusar seja quem for de leviandade quando diz que nas relações que se estabelecem actualmente se "queimam etapas" é, no mínimo, irreal. Para ele e para outros não crentes bastaria irem ao mundo do hi5 e veriam muitos adultos-adolescentes a ofereceram o corpo mais ou menos desnudado a "Kem os Kizer conhexer" ou a "Kem os kizer adixionar no msn".
Tenho pena que a (des)educação sexual tal como é apresentada nas centenhas de flyers, marcadores de página e tapetes de ratos que se mulpiplicam pelas escolas seja reduzida à contracepção. A protecção é, SEM DÚVIDA, de crucial importância ainda mais quando a promiscuidade parece ser o cartão de visita da sociedade onde vivemos. No entanto, não será tão ou mais importante educar as crianas, adolescentes, jovens e adultos adolescentes para a afectividade, compreensão, responsabilidade e (isto poderá parecer uma heresia para alguma mentes, mas arrisco) para valores universais como o amor, a liberdade (diferente de libertinagem), a iguldade?
Imagem retirada daqui.
A escola é encarada por muitos pais como o depósito dos miúdos, os pais delegam na escola a função primordial de educar os (seus) filhos. E se há algum desvio no comportamento dos filhos ele é, certamente, causada pelas "más companhias".
O que os pais se esquecem é que é por imitação que as crinaças/adolescentes moldam o seu comportamento e crescem: saudáveis quando os exemplos que vêm o são; comportamentos promíscuos qundo é esse o modelo que têm. E acima, de tudo, todos estes comportamentos desviantes provocados pelo meio onde vivem são irresponsáveis.
Haverá forma mais eficaz de chamar a atenção de pais irresponsáveis se a mãezinha pura e casta encontrar nos jeans da filha um preservativo?
Haverá forma mais eficaz de chamar a atenção do paterfamilias irresponsável do que o filho desaparecer num fim-de-semana deixando um recado a dizer que "vou ser feliz"?
[O exemplos dados não são extremos. Mas poderia ter falado da maternidade/paternidade precose]
Afinal o/a filhote/a que ainda ontém usava coeiros está crescido! Como o tempo passa...
Há que saber lidar com os filhos que crescem, tal como as mamãs aprendem a lidar com as rugas e os papás com os cabelos brancos. Ninguém disse que educar um filho era fácil! Por isso eduquem-nos e não exijam às escolas que sejam os pais e as mães que os vossos filhos gostariam de ter.