Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009

Facto nº1

O PSD de Ferreira Leite começou a preparar-se para o poder, quando na verdade ainda deveria preocupar-se em ser contra-poder.

 

Facto nº2

O PS teve uma governação dificil, mas chegou à campanha eleitoral com um fôlego invejável.

 

Facto nº3

O Bloco de Esquerda que tanto apregou o voto útil na esquerda foi ultrapassado pela direita.

 

Facto nº4

O CDS tanto investiu na política de proximidade que conseguiu.

 

Facto nº5

O PCP parece continuar a ser um partido militantizado.

 

 

Opinião: se calhar era mesmo aconselhável paralisar a democracia portuguesa durante uns minutos e começar a olhar para o país real, antes de o ver pelos olhos do imaginário político-partidário!

publicado por M.M. às 20:34

Terça-feira, 07 de Julho de 2009

O Expresso é sempre o jornal cá de casa! E como a informação que trás é muito acaba, invariavelmente, por ficar durante toda a semana entre a secretário o sofá ou, às vezes, a mesinha de cabeceira... Hoje foi dia de pegar na Única e o título da reportagem chamou logo a minha atenção: "oops onde deixei o meu filho?"

 

Esta reportagem começou assim: Vivem nas nuvens, são cabeças no ar. Confundem pessoas, perdem a conta ao número de vezes que perdem tudo e mais alguma coisa. Até os filhos.....

 

.... e eu pensei: é super normal esquecermo-nos de N coisas, qualquer pessoa não pode pegar na pedra e atirar.... mas pensei isto até ler o seguinte:

 

«(...) De outra vez, ainda, desfez o carro sem perceber como: "Cantava alegremente em coro com o Milton Nascimento, quando de repente, vindo não sei de onde, me aparece à frente um homem agarrado à cabeça. Só então percebi o estrondo que ouvira hámomentos e não ligara - fora o choque do meu carro com o dele. Parei de cantar. Ninguém ficou ferido, mas os dois carros foram parar à sucata»

 

Ainda me rio agora do caricato da situação, só de a imaginar! Esta leitura valeu-me a gargalhada do dia =) Ok, e agora já concordo que há, de facto, distraídos crónicos....


Quinta-feira, 25 de Junho de 2009

 

 

 

Já não sou quem era

Meus sonhos não são iguais

Já não sou quem era

A hora é sincera

E eu sinto que me estou a agitar

 

....

 

Mais um belissima letra escrita por Variações... Nela trespassa o desespero de já não se saber quem é, de já se saber as limitações da própria vida!


Sábado, 20 de Junho de 2009

 

Talvez os sexos sejam mais parecidos do que pensamos … e então a grande renovação do nosso mundo consiste nisto: que o homem e a mulher, libertados de sentimentos falsos e aversões, possam unir-se como amigos, vizinhos, mais do que amantes – como irmãos e irmãs.

Rainer Maria Rilke


Sábado, 27 de Dezembro de 2008

O tempo é de alegria, esperança, de crédito no futuro. Então porque é que nos custa tanto olhar para a morte como regeneração, como recomeço de uma outra vida, de uma certa vida que acaba por se impor sobre aquilo que impomos a nós próprios.

 

"Pela morte vivemos, porque só somos hoje porque morremos para ontem. Pela morte esperamos, porque só poderemos crer em amanhã pela confiança da morte de hoje. Tudo o que temos é a Morte, tudo o que queremos é a Morte, é morte tudo o que desejamos querer." Fernando Pessoa.

 

 

Porque é que a morte tem de ser sempre encarada como meta, final. Ela não é mais do que o renovar do ciclo da vida. O Sol põe-se todos os dias enão ficamos tristes por ele nos abandonar, pois sabemos que nos dia seguinte ele estará a vigiar-nos lá do alto. Então porque é que a morte não há-de ser um momento de crença na regeneração da vida. Até numa floresta completamente cinzenta do fogo é capaz de renascer vida, pois a Mãe Terra tem a capacidade de regeneração que nos falta a nós seres humanos.

 

A vida é um ciclo. A morte é o recomeçar de um novo ciclo de vida.

publicado por M.M. às 16:35

Quarta-feira, 09 de Julho de 2008

Há vezes em que a misérie é apenas visível! Há outras em que ela já está tão enraizada que se torna demasiado evidente para ser ignorada!

 

Ignorar a miséria humana... Do que falamos afinal? Como será posível olhar para alguém e esquecer que é alguém como nós, nosso irmão, filho do mesmo Deus!

 

Ele entrou. Descaradamente roubou a primeira coisa que viu à frente... enfiou-a no saco vazio que trazia consigo de uma grande multinacional. Como evitar a efectivação de um roubo, sem ferir aquele ser humano que tinha à minha frente cuja vida não conheço, mas posso adivinhar a caminhada dele até hoje.

 

"Desculpa, tens de deixar cá o que tens dentro do saco!"

"Isto é meu, trouxe-o comigo"

"Desculpa eu vi-te"

"Deixa o saco isto é meu"

"Vais-me desculpar, mas não sais enquanto não me deixares o que de cá tiraste"

"Tá bem pronto eu vou lá por"

 

Ao olhar para aqueles olhos ressacados, para aquela pele queimada pelo sol, para aquele ar de 50 anos de alguém que tem pouco mais de 20... Como ignorar esse ser humano por detrás daquela capa que o próprio vício lhe impôs?

 

Ele saiu, virou costas.

 

Pensei que deveria ter-lhe dito algo, mas o quê?

 

Ele deu-me essa oportunidade! Voltou para trás e pediu-me desculpa. Disse que não andava bem. E agradeceu-me por não o ter achincalhado... Deveria tê-lo feito? Porquê? Para quê? O que ganharia?

 

Foi-se embora, apenas o olhei nos olhos e disse-lhe que estava desculpado.

 

Quando saí do trabalho ele estava à porta! Pediu-me mais uma vez desculpa.

 

Afinal o que está por detrás da miséria humana? Não são afinal seres humanos com um coração igual ao nosso, que sente! Que sofre! Que se alegra.


Sexta-feira, 04 de Julho de 2008

 

Em homenagem à figurinha mais troglódita que não conheci nos últimos tempos! Só de ouvir falar... Infelizmente não tive o prazer de um tête à tête :D

 

Cartoon aqui.


Sábado, 28 de Junho de 2008

Dorme no dormitório da cidade

Acorda ainda de madrugada

A vida lá fora já fervilha...

 

Deixa-se ficar mais um pouco!

Atrasa-se invariavelmente.

 

Fecha atrás de si a porta de casa

Deixa a quietude para trás.

 

Lá fora o sol brilha

Continua com dificuldades para acordar

Uma buzina acorda-a

 

O 228 já lá está

Não a deixa ficar para trás!

 

Passou 1 hora

Entre solavantos

Partidas e chegadas.

 

"Bom dia"

"Café por favor!"

"Obrigada"

 

Troca as primeiras palavras do dia

Atravessou a cidade

Milhares por si passaram

 

8 horas de trabalho

A normal rotina

Alguns contratempos

Tudo em ordem

 

Regressa a casa

Banho

Paparoca

 

"Boa noite"

"Vou dormir"

Debita

Para o seu eu imaginário.

publicado por M.M. às 23:14

Terça-feira, 13 de Maio de 2008

[nota manuscrita já há algum tempo, mas que por falta dele só agora a comunico ao mundo!]

Acabo de entrar num regional que me levará até Coimbra! O cerimonial do costume: carregar no botão, a porta abre, entro... e dou de caras com um bêbado deitado num dos bancos (aliás 3)! Como se não bastasse ainda leva aos pés dos bancos em que dormita dois belos garrafões de 5 litros.

 

(...)

 

Passado uns kms olho para ver a indicação da próxima paragem. No entanto, em vez disso leio: "A CP Comboios de Portugal dá-lhe os parabéns pela escolha de um modo de transporte amigo do ambiente"

 

São estes confrontos civilizacionais que me fazem acreditar num Portugal diferente.

 

1. Livre de vícios. O álcool é sem dúvida uma droga com a qual lido mais de perto no interior do país. Em todas as aldeias e vilas há "o" bêbado, "os" bêbados ou o "casal" ou "coitadinhos é a família toda assim pra'li"

2. Igualitário. A cada ano que passa vejo crescer cada vez mais o fosso entre ricos e pobres. Entre os "srs dótores" e os "desgraçados". Um fosso que me faz lembrar outras latitudes.

 

Dá que pensar. Viver aqui... e pensar daqui com toda esta neblina que nos cega e quando isso não acontesse nos turva a vista; outras vezes cerramos com tanta força os olhos para não (querer) ver; outras vezes, ainda, estamos acordados e pensamos estar no meio de um sonho (digamos) mau.

 

ENFIM! Bons tempos em que o sonho comandava a vida... Em que sonhavamos e pensavamos que viviamos.  

publicado por M.M. às 22:39

Segunda-feira, 05 de Maio de 2008

Neste domingo uma frase martelou-me insistentemente na cabeça: "A cidade faz os homens livres!". Se estivesse na cidade a esta hora estaria a fazer nenhures (se calhar), estaria no cinema, numa tertúlia (sem ser cor-de-rosa) de amena discussão sobre qualquer coisa, temáticas é que não faltam...

 

Inconscientemente estava a analisar a minha presença aqui. E a amaldiçoar o dia em que havia decidido desterrar-me a mim própria da civilização. Não cheguei a nenhuma conclusão é certo e sabido.

 

Mais tarde descobri o porquê de estar aqui. É a gente desta aldeia que me faz estar e querer estar aqui (apesar dos momentos de desespero :)

 

Encontro a minha vizinha! [vou tentar reproduzir a conversa ipsis verbis

"Então só agora?" (perguntei eu!)

"Sim. Estive ali em casa da minha comadre. Coitadinha precisava de tanto carinho!"

"Pois, é assim a vida. Hoje os outros amanhã nós!"

"Agora vou ali regar um cebolito, senão com este calor amanhã está tudo alambrado"

(passado um pouco vejo passá-la com 2 grandes baldes [a senhora tens us 70 anos] para ir buscar água à fonte público ali perto)

"Deixe ver que eu ajudo-a..." (adianto eu)

"Não, não é preciso! São só duas cartaditas de água"

(insisti!)

 

Peguei nos baldes e lá fui eu feliz da vida por estar a ajudar alguém que precisava. Fez-me lembrar os meus tempos de miúda onde eu e o meu irmão andavamos sempre à batatada para ver quem é que enchia os cântaros da avó de água.

 

Pensei! É POR ISTO...

 

Lá fomos conversando sobre as agruras da vida do campo.

"No outro dia ali a tia Graça ficou sem uma única batatinha! Veio uma geada que lhe destruir tudo"

 

Bem! Descobri que ela cultivava um verdadeiro oásis à custa das "cartadinhas" de água que ía buscar à fonte todos os dias. Desde o cebolinho que fomos regar, alfaces, batatas, ervilhas, favas, alhos, salsa e um sem número de "mimos".

 

Pensei! É POR ISTO.

 

É por este amor que as pessoas colocam nas coisas que fazem que gosto de viver aqui. Dá-me imenso prazer passar por alguém e ser cumprimentada com um "olá menina!" ou então um "passou bem". Passar por um "tio jaquim" ou um "tio manel" e ser encarada de frente, sem artificialidades, sem máscaras... Todos os dias aqui na aldeia, na província me cruzo com pessoas autênticas que devem tudo o que são ao seu árduo trabalho de sol a sol e "às vezes sem poder!"

 

Entre aquelas duas "cartadinhas" de água fiquei a perceber que até aqui a minha vida tem um sentido, embora por vezes eu não me aperceba verdadeiramente da sua utilidade! É das lentes com que vejo hoje o mundo concerteza...

 

No final e como (re)aprendi numa aldeia ninguém se esquece dos "favores" dos outros! Fui presenteada por uma "abada" de ervilhas.

 

Não tanto pelas ervilhas (aliás, deliciosas), mas pela lição de vida um grande BEM HAJA à minha vizinha.

publicado por M.M. às 00:20
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