Muitos parecem ter medo de assumir compromissos, de tomar posição de forma consciente. Deixar andar as coisas na esperança que elas mudem é a negação da pessoa, pois só se pode ser pessoa sendo "sujeito consciente e livre".
Claro que isso acarreta incómodos. Quantos preferem não lutar pelos seus direitos para evitar chatices, dificuldades?
Muitos trabalhadores, por exemplo, não exigem o seus direitos porque receiam a perseguição, pois, apesar de terem a lei do seu lado, não têm, geralmente, o apoio dos colegas, que poderiam ser testemunhas abonatórias, mas que também eles têm medo de ser penalizados por essa atitude.
Não basta ter a lei do nosso lado, é preciso lutar pelo seu cumprimento. Não basta exigir aos governos que façam cumprir a lei se os cidadãos não se mobilizam para a obrigarem a cumprir.
Adaptado da Rubrica Fé e Compromisso de José Dias da Silva, Correio de Coimbra, 18.05.08 - texto publicado com o título original Democracia Quotidiana