Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Quarta-feira, 15 de Outubro de 2008

Eu que sempre falo contra a globalização. Hoje apetece-me defendê-la. Ou aliás! O problema da globalização não é tanto o processo. A globalização pode ser boa ou má, dependendo do que se globaliza. Olhando para trás, a globalização, poderia ter sido utilizada para para alargar os benefícios do capitalismo socialmente responsável. No entanto, não foi. O que se globalizou foi o capitalismo selvagem que beneficia os ricos à custa dos pobres, globalizou-se juntamente a tecnologia materialista que explora e destrói a natureza. Isto é que me parece problemático e profundamente irresponsável.

 

Na actualidade, o actor principal é o livre comércio. O mundo resume-se a um mercado conduzido pela maximização dos lucros e nada mais. Não há lugar ao diferente, ao exótico, ao estranho. Tudo é materialmente contabilizável. Tudo é "meu" ou "teu".

 

Esta forma de globalização é abusiva. O capital multiplica-se e desmultiplica-se à velocidade de um click, de um enter. As facilidades introduzidas pela omnipresença da comunicação são usadas para encher os bolsos do capitalista nova-iorquino através do recurso à mão-de-obra barata dos países pobres, como a Índia ou o Camboja. Os mercados mundiais são "regulados" de forma a favorecerem os mais ricos de entre os ricos. O sector dos serviços é cada vez mais valorizado, enquanto os preços dos bens essenciais como o arroz ou o milho encarecem a cada dia que passa. Os intelectuais que bem falam sobre os direitos de propriedade, ignoram completamente os Direitos Humanos. As empresas multinacionais deslocalizam-se à procura do melhor escravo que lhes encha os bolsos. Os políticos estão ao serviço dos interesses comerciais. O império americano uso o seu poder político e a sua força militar para lá das suas fronteiras para favorecer e proteger os seus próprios interesses económicos.

 

 

O que temos, por isso, não é uma globalização do bem-estar e da abundância, mas a globalização da pobreza e da injustiça.

 

 

Os efeitos negativos da globalização podem ser observados um pouco por todo o Sul do mundo, especialmente no coraçãozinho do mundo: África. Embora tenham aumentado as oportunidades de crescimento, especialmente para as jóias da coroa dos antigos impérios coloniais europeus - como acontece com Angola, no caso português. Houve também um crescimento das disparidades e desigualdades, encontramos em África 33 dos 48 países menos desenvolvidos do mundo. África, é também depósito das exportações dos países mais ricos entre as quais o lixo que não é requerido pelos cidadãos a beneficiarem do bem bom da globalização e vão também para África a maior parte das armas desenvolvidas e construídas por alguns dos países mais ricos do mundo, à cabeça os EUA. Em sentido oposto, os produtos vindos do sul do mundo são barrados à entrada dos muros alfandegários do norte do mundo.

 

Alguns economistas neo-liberais argumentam que o processo de globalização implica "uma dor a curto prazo, mas um ganho a longo prazo". Torna-se claro que esta dor a curto prazo terá a longo prazo efeitos verdadeiramente desastrosos, comprometendo assim qualquer esperança de integral desenvolvimento social e humano.

 

 

Este é o meu pequeno contributo para o Blog action day. A todos os cibernautas boas lutas, por um melhor sistema mundial! Somos a primeira geração que pode acabar com a miséria no mundo. Juntemo-nos para o fazer. STAND UP!



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