Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2009

«Em Portugal há um beijoqueirismo excessivo e desnecessário em determinadas situações de cariz profissional. Já começa a ser confrangedor o hábito de beijar mulheres estranhas numa reunião laboral. Mas se há casos em que alguém se arma em anglo-saxão e estica um "passou bem", logo é olhado como o badameco do arrogante»

 

Revejo completamente a minha versão sobre o beijoqueirismo português nestas palavras de Luís Pedro Nunes (publicadas na Única da última semana). Devo dizer que entro em parafuso quando tenho de beijocar pessoas que nunca vi e com as quais não tenho nenhum tipo de relação.

 

Ainda me lembro quando cheguei a Lisboa e tinha que todos os dias de manhã cumprimentar as minhas colegas de trabalho com dois osculus, isto até ao dia em que tive que lhes dizer que para mim não fazia o mínimo sentido beijar alguém que via todos os dias e com quem passava 8h de trabalho.

 

Outra situação que sempre me acontece é quando tenho de falar com um "cão grande" do funcionalismo público, depois de estar à espera horas a fio, tenho que beijar aquele pançudo ou aquela tiazona que de tão maquilhada não conseguimos perceber se por debaixo dela está uma mulher ou não... nem sequer me dão a oportunidade de esticar a mão e demonstrar a minha "arrogânica".

 

Adorei trabalhar para uma multinacional anglo-saxónica (porque será?), onde quando havia a necessida de cumprimentar alguém, por mais vezes que falasse com eles ao telefone, esse cumprimento era feito com um belo "passou bem", em vez de dois beijos hipócritas, como se faz na nossa culturazinha à beira mar plantada.

 

É tudo um questão de cultura. Se calhar sou eu que tenho de me habituar à nossa hipócrito-cultura beijoqueira :)

 

Claro que se um brasileiro/a vem ao meu encontro a correr e me dá um beijo e um abraço apertado eu não me retraio, pois sei que é cultural e não tem por detrás dele nenhuma hipocrisia ou cinismo. O mesmo se passa com os africanos (especialmente os da lusofonia, os francofonos e os anglo-saxões já são outra fruta, outra vez) que nos abraçam com aquele coração que só eles têm, mas que quando se trata de relações profissionais também sabem esticar a mão e cumprimentar-nos sem a efusividade que a seguir percebemos que têm.

 

Acho que no meio de tudo isto somos nós que temos de deixar o beijoquismo snob.



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