Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Segunda-feira, 30 de Março de 2009

Há sempre alguém a denunciar pressões, há sempre alguém a dizer que mais tarde (se for obrigado ou não) dirá quem são os agentes de pressão. Vivemos num Estado em estado futebolístico onde alguém está sempre disposto a moralizar e a contar toda a verdade, mais tarde. A receita é simples; como já existe um estado de desconfiança mais ou menos justificado — a suspeição está gravada nos genes dos portugueses — atiram-se para o ar mais fontes de suspeita, as pressões. Seria agradável se por uma vez, uma vez, os pressionados dissessem (finalmente) quem são os tais agentes de pressão; aliviava-se muito neste país.

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Angel Boligan, «El Universal»

 

Fonte.


Terça-feira, 24 de Março de 2009

Confesso, que infelizmente, não pude acompanhar como gostaria a visita do papa Bento XVI a África. Essa terra tão querida e tão desejada, como esquecida e relembrada só de tempos a tempos porque por lá passou algum branco, mais ou menos famoso, e lhe deu visibilidade. Parte-se, por isso, do princípio (errado) que África só tem vida, só é geradora de vida quando por lá se passeiam brancos.

 

Visão completamente desfocada da realidade. Completamente desintegrada da realidade. E completamente falsa. África tem vida por ela própria basta senti-la, ela e as suas gentes entranham-se de tal maneira nos nossos poros (apesar de que brancos) para só fazer sentido se for "contada" e "vivida" por esses (ex)escravizadores, (ex)colonizadores de alva cor. África é África e só tem sentido se se olhar para ela de olhos bem atentos à realidade, cultura e forma de estar das suas gentes.

 

Imagem retirada daqui.

 

Estando o papa em África qual não foi o espanto dos branquicelas quando ele proferiu "A SIDA não pode ser superada através da distribuição de preservativos, o que apenas agrava o problema". Mas espanto senti eu hoje quando olhei para a frase, limpei os preconceitos todas da minha mente e a li, já agora, convenientemente.

 

"... DISTRIBUIÇÃO DE PRESERVATIVOS...." Ou seja, distribuição de preservativos NÃO utilização de preservativos. Agora digam-me lá que não faz sentido o que abaixo vou tentar expor.

 

África é como se diz, e bem, o continente mais flagelado pela SIDA com 22 milhões de infectados. À custa destes dramáticos números África foi "invadida" por milhares de ONG (e algumas D) que ao invés de actuarem a montante do problema levam nas malas preservativos e mais preservativos e mais preservativos e a prevenção que fazem da doença é distribuir gratuitamente preservativos. O terreno é difícil, os preconceitos sobre a doença e a sexualidade naquele continete são mais ainda, mas não é só com preservativos que se resolve o flagelo da doença, esta é, sim a forma mais fácil de actuar sobre o problema que de uma maneira simplista poderia ser traduzida do seguinte modo: "Nós damo-vos os preservativos e vocês vejam lá se os usam, senão morrem. Há e se alguém vos perguntar quem vos deu digam que foi a instituição X ou Y (sempre são mais uns milhões que encaixamos quando formos levados em ombros para a Europa)".

 

Acho que todos os que me leêm concordam que isto não é prevenção. A prevenção é ter a paciência suficiente de lhes explicar causas e consequências do HIV e sempre que possível procurar chamar a atenção para a gravidade do problema, isto de uma maneira concertada e correcta, não de uma maneira leviana e branda. Daí a afirmação do papa e volto a repeti-la ipsis verbis: "A SIDA não pode ser superada através da distribuição de preservativos, o que apenas agrava o problema".

 

 

 

Agrava o problema e aqui coloca-se a velha questão! Se te derem o peixe alimentas-te durante um dia. Se te ensinarem a pescar tens alimento para o resto da vida. A Igreja Católica é o que procura fazer em África (e no resto do mundo), não dar o peixe e "regressar em ombros", mas ensinar a pescar "permanecendo até serem capazes de o fazer sozinhos".  

 

Outra falácia que veio a lume na comunicação social é a de que os católicos africanos que vivem em África ao ouvirem estas palavras vão tornar-se suicidas, ou seja, deixarão de usar preservativo depois das declarações de Bento XVI. Em relação a isto apenas um apontamento breve: os católicos de todo o mundo antes de o serem (ou sendo-o) são pessoas de bom senso que não se atiram para dentro de um poço, só porque alguém lho diz.

 

D. Ilídio Leandro (bispo de Viseu) assina um artigo de opinião que é tudo menos utópico sobre a problemática do uso do preservativo.

 

P.S. Como sempre esta post apenas pretende dar a conhecer o OUTRO LADO, se é que há "lados" quando se trata da vida humana.


Sábado, 21 de Março de 2009

É de graça e não tem preço.

 

 

Aproveitem para abraçar os que vos são queridos.

Aproveitem para abraçar os que não conhecem.

 

Aproveitem e digam-lhes que o amor dado de graça não tem preço!

 

Vídeo pescado aqui.


Sexta-feira, 20 de Março de 2009

Lisboa vai ficar às escuras por uma hora.

«Entre as 20:30 e as 21:30, da noite de 28 de Março, o Cristo-Rei, assim como a Ponte 25 de Abril, o Palácio de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, o Padrão das Descobertas, o Castelo de São Jorge, os Paços do Concelho e o Museu da Electricidade vão ficar apenas iluminados pela luz das estrelas», refere a WWF.

Lisboa vai ser uma das 742 cidades do Mundo, de 75 países, a aderir ao apelo mundial lançado pela WWF para apagar as luzes pela Hora do Planeta», que teve início há três anos na cidade australiana de Sidney e que, no ano seguinte, se alargou a 371 cidades de todo o Planeta.»

 

Fonte.

 

Podemos aproveitar para fazer um apagão à medida das nossas necessidades energéticas a essa hora, desligando a TV, o computador, as luzes... aproveitando o apagão para regenerar as nossas energias! Fica o desafio!

 

O PLANETA AGRADECE.

 

publicado por M.M. às 22:24

Quinta-feira, 19 de Março de 2009

Ontém porque o cansaço era muito deitei-me com as galinhas, o que me possibilitou acordar às 4h da manhã para poder desfrutar do silêncio da madrugada para trabalhar. Pude observar as estrelas que vigiam a noite, os milhares e milhares de pontos brilhantes espalhados por um fundo negro que lhes possibilita uma luz incomparável! Agora o sol nasce lá fora e com ele se renova o círculo da circularidade do dia que agora começa e que logo mais à noite, acaba por nos levar da luz à escuridão, para mais tarde nos devolver a luz.

 

 

 

 

 

Pyramides

Soleil d´Afrique

 

A vida do dia de todos os dias é um círculo. Inicia-se com um "bom dia" e finaliza-se com um "até já!" do Zé-Luís.

 

Quando era miúda o meu avô chamava ao Sol, Zé-Luís. "Olha filhinha já lá vem o Zé-Luís", referindo-se à sombra que não tardava a abrigar-se na copa das árvores. Esse Zé-Luís que embora se situa a milhões de km de distância nos aquece em dias de frio, nos aborrece em dias de calor e é o mais desejado quando as nuvens teimam em o guardar só para elas. Esse Zé-Luís responsável pela alegria de uns em dias de praia e pela tristeza de outros que têm que se contentar em observá-lo, através das grandes janelas dos escritórios situados num qualquer 6º andar de uma grande multinacional.

 

 

 

P.S. a música é especialmente dedicada a todos aqueles que, como eu, têm uma paixão por África! Aos que por lá estão, aos que por lá passaram e àqueles que regressarão em breve ;) 

publicado por M.M. às 06:09
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Quarta-feira, 18 de Março de 2009

«Um dia destes, distraído no zapping, vi José Rodrigues dos Santos anunciar, pesaroso, que "o interior de Portugal está despovoado é envelhecido" (...) Escuso descrever a peça da RTP, aliás similar a 300 anteriores. Limito-me a reproduzir a questão que permitiu à repórter encostar a tal menina à parede: "O que é que tu sabes sobre a cidade?" Ao contrário dos petizes criados em Rio Tinto ou de Odivelas, capazes de longas palestras sobre o advento da pólis grega, a pobrezita não sabia grande coisa. Como se comprovou num momento maior do jornalismo pátrio a pobrezita nem sequer tinha o magalhães! A peça fechou com a garota em contraluz, a correr numa colina a gritar "Liberdade!". Quase chorei, não graças à beleza da cena, mas graças aos meus impostos que a pagaram.

(...)

Contas feitas [nos retratos da vida campestre] trata-se sempre de um olhar pasmado, aparentemente seduzido pelo exotismo que descobre a 150Km do litoral urbano e no fundo agradecido pelas maravilhas que as cidades proporcionam.

(...)

O que vale notar é o facto de as televisões tentarem denunciar a desertificação do interior, de resto autêntica, e acabarem inadvertidamente a servi-la, quando exibem os seus residuais moradores enquanto fantasmas amáveis e excêntricos de um mundo morto. Em teoria, dado que esses particulares fantasmas possuem televisor, a repetida notícia do óbito poderia levá-los a trocar tudo pelas delícias da civilização, naturalmente consubstanciada no Magalhães. Na prática, nada indica que isso aconteça: ainda que suscitem menos respeito que os répteis das Galápagos, os rústicos isolados revelam um discernimento superior. No mínimo, têm cabeça suficiente para distinguir a desertificação do interior do deserto no interior de algumas cabeças, toldadas pelos sofisticadíssimos vapores de Odivelas e de Rio Tinto»

 

Mais um excelente artigo de opinião do sociólogo Alberto Gonçalves publicado pela revista Sábado nº254

publicado por M.M. às 11:00

Segunda-feira, 16 de Março de 2009

Cada vez que tenho a (in)feliz ideia de insistir em ver os telejornais (qualquer um!) fica-me sempre aquela sensação de: pobres daqueles que não têm a capacidade filtrar o relativamente importante e daqueles que, não tendo outro meio de conhecer a realidade "lá fora", tenham mesmo de assistir àquilo... Tenho saudades dos telejornais feitos por jornalistas a sério, não por jornalistas sensacionalistas e cujas reportagens são feitas para captar as audiências e não para informar os telespectadores.

 

[depois desta pequena introdução, vamos ao que me prendeu a atenção!]

 

Manuela Ferreira Leite visitou hoje a Covilhã e, desta vez o que prendeu a atenção dos jornalistas não foram os óculos escuros, quadrados ou redondos já nem me lembro. Desta vez o que "resumiram" foram as seguintes declarações: "(...) aumento explosivo do número de contas bancárias abertas por portugueses (isto depois de uma visita às comunidades portuguesas em França) (...)" o que para ela demonstrava que o número de portugueses a emigrar para aqueles país.

 

A entendida em economia é ela! Eu, contento-me em mandar uns filetes de pescada. Mas parece-me que o facto de aumentarem o número de contas bancárias em França tem mais a ver com a (re)construção da vida de muitos portugueses em França e não tanto devido ao aumento da emigração, pese embora ela tenha aumentada nos últimos anos.

 

Ou seja, na minha modesta opinião enquanto que a vaga de emigração dos anos 70 e 80 emigravam, ganhavam dinheiro num país que nunca sentiam como seu, numa cultura que dificilmente conheciam e, muitas vezes, uma língua que não conheciam ou se esforçavam para conhecer. Quando "já" tinham o suficiente acumulado em contas bancárias em Portugal que lhe possibilitasse uma vida boa regressavam.

 

Ora, o que acontece na actualidade é que os portugueses que decidem emigrar fazem-no, igualmente, mas o objectivo não é regressar ao país de origem, mas construir a vida no país de acolhimento, constituindo-se como cidadãos desses paises de acolhimento, adaptando-se à cultura, à língua e à sociedade e, claro está, abrindo contas bancárias nesses paises.

 

Parece-me evidente que o que mudou foi o perfil de emigração. Já não temos verdadeiras comunidades emigrantes, temos unicamente comunidade de portugueses na diáspora, que sendo cada vez mais como defende a Dra Ferreira Leite merecem melhor tratamento do que o referente às suas contas bancárias que já não enchem o bolso aos banqueiros portugueses, mas a outros quaisquer. Esse é apenas um indicador, e os outros?!

 

E depois o burro sou eu?

publicado por M.M. às 23:22


Já todos os que me conhecem sabem que sou uma apaixonada pela natureza! E já todos sabem que não resisto a um bom desafio...

Os fins-de-semana proporcionam muitas e boas caminhadas, pois junta-se a vertente recreativa (ou se quiserem divertida) de ser acompanhada pel@s amig@s.

 

Este domingo não foi excepção. Partimos à aventura, para descobrir mais um pouco do Portugal profundo.

 

Ficam algumas imagens que ilustram o quanto faz bem ao corpo e à mente desligar o botão e aproveitar o bom que a natureza tem para oferecer....

 

 

Uma curiosidade interessantissima, foi termos dado de caras com o seguinte letreiro:

(tenho quase a certeza que este pedaço de terra pertence a um lisboeta que é incapaz de ir bater à porta do tio Manel pastor para lhe dizer para não ir para lá com as ovelhas) P.S. quem quiser pode levar as cabras ou as vacas, só não são permitidas ovelhas =)

 

Aqui ficam alguns dos companheiros de expedição.

 

Estas e outros fotos aqui.

publicado por M.M. às 19:18

Sexta-feira, 13 de Março de 2009

Este poema que abaixo se transcreve é dedicado a todos aqueles que, como eu, gostam de um bom livro! Seja científico, seja um bom romance ou apenas palavras escritas com apenas o sentido que o próprio autor lhes dá. Aqui fica...

 

Já não faço amor

Só amo

Só o amor une grande

A independência

À liberdade

 

Não ler é como ter

Vergonha de perguntar:

- Amas-me?

 

Há uma razão do sémen

Para os poetas se repetirem

Os homens não os ouvirem

 

Não ler é como ir ver o mar

E não olhar para o mar.

 

Poema publicado por Joaquim Castro Caldas em Só cá vim ver o sol, Edições Quasi.

 

Boas leituras! Se não para a vida pelo menos para o fim-de-semana.

publicado por M.M. às 21:30
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Arcadio, «Cagle Cartoons»

 

Em 2050 seremos 9 mil milhões... Como diria o outro, façam as contas e já saberão quantos zeros é que o nove tem à direita!

 

Estamos em 2009 e há graves problemas na redistribuição da riqueza produzida na Terra. Não falo em (não)redistribuição de milhões (cf revista Forbes!). Falo na redistribuição de bens essencias para a sobrevivência da espécie humana, que parece mais empenhada em olhar na direcção do próprio umbigo, do que na direcção dos que precisam...

 

Hoje 13 de março de 2009 há quem morra de fome, há quem morra de uma doença curável, há quem morra num conflito e numa luta que não é a sua. Daqui a 41 anos com mais uns zeros de população os problemas irão agudizar-se, agravar-se e quiça alargar-se.

 

O impacto ecológico, alimentar, de busca por recursos para 9 mil milhões de habitantes será enorme. Muitos, mais uma vez se questionam sobre quantos seres humanos pode o planeta comportar! A minha luta é e continuará a ser pela redistribuição. Ao nível da degradação que o planeta enfrenta nos nossos dias ele não durará muito, ou aliás nós é que não duraremos... Mas ainda é tempo de reduzirmos os danos que causamos à nossa Terra, ainda é tempo de evitar os danos colaterais desses danos, que in extremis será a extinção da própria espécie humana.

 

O problema do mundo não é de população, antes de educação!

 

Cartoon pescado aqui.



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