Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009

Há coisas que me envergonham! E acho que deveriam envergonhar a todos. As discrepâncias de desenvolvimento são gritantes em todo o mundo! Mas hoje o que mais me intrigou foi ter ligado a uma antiga colega de trabalho – do tempo em que trabalhava no centro de Lisboa – e de ela me ter dito que a pobreza que à apenas  um ano era envergonhada, agora saiu à rua. Já ninguém se importa que vejam a sua pobreza, mas o pior é que continuam a passar por ela milhares todos os dias e continua a não ver, mesmo agora que ela saiu à rua.

 

Todos os anos se deitam esgoto abaixo oportunidades de ouro para elevar o ser humano à sua condição de dignidade. Todos os anos continuamos a passar e andar sem nos preocuparmos com o vizinho do lado.

 

Quando lá trabalhava e sempre que saia do local de trabalho fosse para almoçar ou para regressar a casa parecia ver o que ninguém via, ou  que ninguém queria ver! O isolamento à janela. A pobreza à porta da igreja. A indiferença na paragem do autocarro. Agora parecem ter-se aberto as janelas, mas ninguém vê. As escadas da igreja já são poucas, mas ninguém repara. O autocarro continua a passar, passa sempre, todos os dias de meia em meia hora, mas passa não pára. Não pára para ver. Não para para sentir. E continuam nele a entrar os olhares indiferentes, que do lado de dentro como do lado de fora continuam a olhar indiferentemente para o mundo.

 

Foto daqui.


Sábado, 14 de Novembro de 2009

O director-geral da FAO, a organização da ONU para a Agricultura, anunciou que fará amanhã - sábado - um dia de jejum em solidariedade com um mil milhão de pessoas que passam fome.
Jacques Diouf, senegalês de 71 anos, disse que inicia uma greve de fome de 24 horas no sábado de manhã e convida os cidadãos do mundo a juntarem-se à sua iniciativa.
Diouf lançou também uma campanha de recolha de assinaturas contra a fome crónica de mais de mil milhões de pessoas, porque - diz- é inaceitável.


As campanhas contra a fome visam sensibilizar os participantes na Cimeira Mundial sobre a Segurança Alimentar, que começa na segunda-feira em Roma.
Chefes de estado de 192 países foram convidados a debater a questão da fome e malnutrição.
Diouf queixa-se que foram feitas muitas promessas para combater a fome mundial mas pouco se fez de concreto para erradicar a malnutrição e que chegou a hora de os líderes mundiais tomarem uma atitude.

Poderá assina a petição aqui.


Segunda-feira, 09 de Novembro de 2009

É hoje que se comemoraram 20 anos da queda do muro de Berlim, considerado por todos, do lado da direita e da esquerda, uma energia de libertação que trouxe aos alemães da ex-RDA a oportunidade de descobrir o que estava para lá da fronteira mais longuinqua de todas, aquela que parecia trazer-lhes toda a liberdade que sempre ansiaram, durante os 28 anos da existência do muro. Contudo, hoje continua a haver um choque geracional na Alemanha reunificada! O que separa o norte do sul é o desenvolvimento industrial, o que separa o leste do oeste é uma questão cultural. Pais saudosistas da economia planificada e filhos completamente inbuídos da cultura ocidental, para quem o muro não passa de uma barreira psicológica dos seus pais!

 

Este era e continua a ser apelidado de muro da vergonha! Um muro que separava dois blocos estanques - o ocidental capitalista e o oriental comunista. Um muro que separava a "mão invisivel" da economia, da economia planificada. Que separa a sociedade do prazer, da sociedade do dever. Muito se fala da correcção dos erros do passado, como foi a construção deste muro ou dos genocídios que aconteceram no século XX, não só o dos judeus na Segunda Guerra Mundial, mas também já nos anos 90 o genocídio de quase 1milhão de tutsis no Ruanda ou, dentro da Europa, o triste exemplo da ex-Jugoslávia. Ou já no século XXI o genocídio que continua a acontecer no Darfur.

 

Erros históricos, sem dúvida! Contudo, erros cometidos pelo Homem contra o Homem. Erros que levaram à descrença nas instituições internacionais e, até mesmo, na própria Declaração Universal dos Direitos do Homem.

 

Construção do muro no Rio de Janeiro (27.03.2009)

Construção do muro entre EUA e o México (07.02.2009)

 

Muro que separa israelitas de palestinianos (10.07.2009)

 

Hoje, no século XXI, continuam a ser contruidos muros que visam proteger o Homem do Homem. Muros da vergonha que pretendem separar o bem do mal, como acontece na cidade de Jerusalém. Muros da vergonha que pretendem separar o rico do pobre na cidade do Rio de Janeiro. Muros da vergonha que pretendem separar o primeiro mundo do terceiro, como acontece na gigantesca barreira que separa o México dos EUA. Estes são os muros reais que nos deviam envergonhar a todos, mas que em dias como o de hoje parecem ser esquecidos perante as comemorações dessa barreira que separava duas ideologias! Hoje as barreiras que se controem já não assentam em ideologias, acentam em preconceitos o que me parece bem mais grave.

 

Erros históricos, também estes. Talvez daqui a 20 ou daqui a 50 anos também nos estejemos a desculpar por esses mesmos erros que inspirados no passado nos transportam para um futuro menos humano, menos solidário.


Sábado, 07 de Novembro de 2009

O muro começou a ser erguido (13 de Agosto de 1961) 

Homem que acena para os seus familiares do outro lado do muro (Agosto 1967)

 Queda do muro (9 de Novembro 1989)

Pessoas utilizavam picaretas para destruir o muro

Algumas pessoas derrubam o muro com picaretas (Novembro 1989)

 Realidade retratada já após a queda do muro.

 

Um povo

28 anos de divisão

20 anos depois

 

Reportagem fotográfica aqui.

publicado por M.M. às 17:15

Quarta-feira, 04 de Novembro de 2009

No século XXI, a África constitui-se definitivamente como fornecedor de recursos naturais das duas superpotências. A China não impõe contrapartidas políticas, enquanto os Estados Unidos não são indiferentes aos problemas de segurança e às emergências humanitárias. A não ingerência de Pequim é mais sedutora para os Estados africanos.

 

Com a ascensão da China ao estatuto de superpotência, o novo milénio apresenta-se como um mundo bipolar tendo como centros Washington e Pequim. A nova realidade é visível especialmente no relacionamento do G2, a China e Estados Unidos, com África.

 

O gigante asiático não está nos negócios com África para exportar modelos de desenvolvimento ou projectos políticos, em oposição aos Estados Unidos, que pretendem contrapartidas como mais democracia, liberdade, direitos humanos e o domínio da lei...

Fonte.

 

 

Se alguém quiser assinar a Além-Mar poderá fazê-lo aqui.

A Além-Mar é uma revista missionária editada pelos Missionários Combonianos para dar voz e vez aos povos e igrejas dos países do Sul.



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