Frederick Deligne
Ora bem, não obstante o facto de andar um pouco a leste dos bitaites aqui no blog isso não quer dizer que não me preocupe com a minha sanidade mental e com a de todos os que me leêm! Por este facto, e podendo eu estar a dizer grandes alarvidades no que a seguir vou escrever, não deixo de não o fazer, sob pena de mais uma vez passar em branco algo sobre o qual eu me quero pronunciar!
Há uns dias ouvi na rádio (infelizmente o tempo para ler mais do que portarias e manuais, é escasso!) um cardeal da Cúria Romana, que pelos vistos é o sr. Tarcisio Bertone, afirmar ou comparar nem sei muito bem o celibato e a homosexualidade ao fenómeno da pedofilia! Fiquei em choque inicialmente! E depois tentei separar as águas desses três "conceitos": celibato, homosexualidade e pedofilia.
O celibato, parece-me a mim que é condição (não é para aqui chamado o facto de ser actual/justo) sine qua non um pastor da igreja católica pode/deve exercer o seu ministério. Ou seja, se um homem quer ser padre sabe, à partida, as regras do jogo, certo? Isto é, se quer ser padre já sabe que terá de assumir o celibato sempre.
A homosexualidade, queiremos ou não não é nenhum comportamento sexual desviante! Ela existe, tal como a heterosexualidade! Se a sociedade condena a homosexualidade? Condena, sem dúvida! Se deveria condenar certas atitudes heterosexuais? Devia! Mas do que se trata aqui não é de julgar casos particulares ou até mesmo peculiares, estamos a falar de comportamentos sexuais distintos, é certo! Mas que me parece que devem ser respeitado.
Relativamente à pedofilia, essa sim é um comportamento sexual desviante! É um comportamento sexual aberrante! É um comportamento sexual que foge a qualquer tipo de particularidade! É crime.
Portanto o meu choque continua mediante a comparação do tal sr. cardeal. Que diz/dizia que o número de padres pedófilos é menor do que o número de homesexuais pedófilos. E, mais! O número de padres pedófilos é/seria maior em padres homosexuais! Então mas não é a Igreja que exige fidelidade aos leigos no sacramento do matrimónio? Então porque carga de água é que a infidelidade dos padres celibatários não deve ser admitida e condenada?
Não ganharia mais a Igreja com a assunção de todos os erros! Não é a errar que se aprende? E quem erra de forma recorrente, tendo comportamentos sexuais aberrantes com crianças não deve ser condenado veementemente não só pela sociedade civil, mas igualmente pela Igreja?
Ficam algumas dúvidas.... que me têm assolando o pensamento nos últimos dias!
Cartoon daqui.