Em relação aos tele-jornais o meu cérebro anda numa fase de semi-adormecimento.
Hoje, mais uma vez não foi excepção. Isto até ter ouvido uma das músicas de Abril entoada a plenos pulmões por grevistas da indústria corticeira, que já não recebem o seu salário há vários meses.
Velhas músicas entoadas em velhas lutas. Que hoje como à 30 anos atrás fazem sentido ser entoadas em prol de um novo mundo empresarial, no qual operários e patrões trabalham em comum e não para que aos parcos salários sejam ainda mais retiradas as contrapartidas da mais-valia de quem Marx falava e que hoje tal como ontém se mantém actual.
Não há capitalismo sem exploração, por muito que, quando dá jeito, se queira dourar a pílula.
De qualque modo, a minha apreciação resulta enevoada por uma limitação que trago comigo há muito: não consigo ouvir falar de capitalistas e mais-valia, na mesma frase... sem ficar inundada de trocadilhos parvos prontos a serem produzidos pela ponta dos meus dedos...