Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Domingo, 04 de Maio de 2008

Fiquei surpreendida com o que acabo de ler. José Pacheco Pereira tem essa capacidade, nem sempre é pela positiva... No entanto, desta vez tenho de lhe tirar o chapéu.

 

 

«(...) O desemprego é devastador para todos, mas é-o mais para estas mulheres jovens e de meia-idade. Não é apenas a sua condição económica, a sua condição de vida que é afectada, é também a sua autonomia como mulheres, a sua capacidade de terem no salário e no emprego uma vida e uma dignidade próprias como mulheres, num mundo em que esta afirmação ainda é crucial. Recebida a notificação do desemprego, passado o período da agitação, as notícias e contranotícias de que pode haver um plano de integração na fábrica ao lado, ou a cinquenta quilómetros dali, que pode haver um supermercado que as aceite prioritariamente, que a câmara vai cuidar delas, que os sindicatos vão obter uma melhor indemnização, etc., etc., chega uma altura em que acabou. Acabou mesmo, está desempregada.

Nesse momento, em que o dinheiro que se levava para casa começa a faltar, a mulher começa a fazer contas e a cortar nas despesas. E não corta no pão, no infantário, na luz, na casa, no telemóvel - há-de vir a cortar - corta nas suas despesas, nas despesas consigo. Vai menos vezes ao cabeleireiro, arranja-se menos, compra menos roupa, tudo coisas que parecem fúteis para quem tem tudo, mas que representam um caminho para uma menor auto-estima, um desleixo que pode vir a crescer com os anos, se passar definitivamente de operária a dona de casa. É um caminho invisível, um passo atrás em que ninguém repara a não ser as próprias (...).»

 

Confiram o artigo completo aqui.

 

publicado por M.M. às 11:29

Quinta-feira, 01 de Maio de 2008

Está a chegar ao fim mais um dia de intensa luta por parte dos trabalhadores de todo o mundo. Longe vão os tempos em que a Internacional Socialista fazia movimentar as massas por todo o mundo ao som de uma mesma melodia: "Trabalhadores de todo mundo, uni-vos!"

Em Portugal o que tivemos?

Um país com a dimensão do nosso consegue colocar na rua duas [ditas] grandes manifestações... Cada central sindical com a sua! Antes duas que nenhuma, é certo. No entanto, que bom seria ter visto todos os trabalhadores portugueses marcharem num só passo ao som de uma só voz, a da união.

publicado por M.M. às 23:21
sinto-me:

Terça-feira, 29 de Abril de 2008

 

"Os interesses dos empregadores não podem prevalecer contra a liberdade e a dignidade dos trabalhadores

 

Vital Moreira in Público de 29.04.2008

publicado por M.M. às 19:47

Domingo, 27 de Abril de 2008

Há dias alguém me falava de Almeida Garrett! Como já não me lembrava do que havia escrito nesse ex-libis da nossa literatura... Decidi fazer uma viagem pela minha terra!

 

Há escritos sempre actuais. A passagem que vos deixo aqui pertence a um deles.

 

 

"Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazeis caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos.

Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai.

No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana?

Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos.

E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?"

Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra

 

publicado por M.M. às 19:06


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