Não podendo mudar tudo do mundo num único instante… poderemos dar pequenos passos rumo a um mundo melhor para todos
Quarta-feira, 09 de Dezembro de 2009

Li à pouco um artigo no JN resultante da tertúlia que teve como protagonista Medina Carreira na noite passada no Casino da Figueira da Foz.

 

A escola em Portugal é uma fraude do básico ao superior. Quando os miúdos têm idade para que se lhes exija alguma coisa não se lhes exige porque "coitadinha da criancinha é tão nova", abrindo-se este precedente nunca mais temos a oportunidade de exigir seja o que for, senão a criancinha que agora já virou aburrecente revolta-se e "coitadinha tem de ir parar ao psicólogo". Depois deste segundo precedente só podemos ter nas universidades deste país jovens cuja única inteligência que têm é fazer copianços e, depois copiar e sair das salas dos exames e gabar-se do notão que, efectivamente, acabam por tirar.

 

Isto porquê? Porque o Ensino em Portugal, mais Bolonha menos Bolonha, está podre, completamente deturpado pela sociedade facilitista em que vivemos.

 

2+2=? Burrice concerteza

 

 

Dizia Medina Carreira "[O programa] Novas Oportunidades é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice. Eles [os alunos] não sabem nada, nada".

 

"O Sistema de Ensino em Portugal é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice. Os alunos não sabem nada, nada", acrescento eu.

 

Enquanto mantivermos um Sistema de Ensino que não vá para além da mera debitação de conteúdos nas provas, continuaremos a formar iletrados.... que só saberão responder 2+2=4, mas serão incapazes de fazer um exercício simples como este: ...+....=4. Como vêem este último exemplo foge completamente ao pedido! Pois coitadinha da criancinha que só sabe que 2 e 2 são quatro.

 

Sr. Medina onde é que eu assino?


Terça-feira, 08 de Setembro de 2009

"A Ana e o António trabalhavam
na mesma empresa.
Agora foram ambos despedidos.
Lá em casa, o silêncio sentou-se
em todas as cadeiras
em volta da mesa vazia.

«Neo-realismo!» dirão os estetas
para quem ser despedido
é o preço do progresso.

Os estetas, esses, nunca
serão despedidos.

Ou julgam isso, ou julgam isso."

 

 

 

Mario Castrim 

Pescado aqui.


Quarta-feira, 04 de Março de 2009

«Tudo começou por uma noite amorosa. Uma mulher conheceu um homem e nessa noite homem e mulher dormiram juntos.

Os dois falaram como dois seres humanos falam entre si. Ela relatou com entusiasmo o que fazia num laboratório científico, ele, por seu turno, contou que estava desempregado.

(...)

Na manhã seguinte, quando ela regressou ao local de trabalho, tinha uma carta na secretária do seu laboratório: estava despedida.

Foi, então, essa mulher que, digamos assim, mesmo sem disso ter consciência, começou com a nova peste.

(...)

Em pouco tempo espalhou-se uma crença firme: quem dormisse com um desempregado corria o risco de perder o emprego. Não havia uma explicação lógica para isto, mas o certo é que se começou a recear os parceiros sexuais desempregados tal como antes se receava os parceiros sexuais com doenças venéreas.

Antes de qualquer relaçõa sexual tornou-se hábito perguntar: tens emprego? Muitas pessoas passaram mesmo a exigir um comprovativo do pagamento do último mês passado pela entidade patronal.

(...)

Por decisão política, e para que a peste não alastrasse mais, os desempregados foram obrigados a circular na rua e em todos os espaços públicos com um enorme D na parte da frente da roupa.

(...)

Havia milhões de desempregados (...) uma nova medida obrigou os desempregados a ficarem em casa, impedindo-os de sair para o espaço público e, meses mais tarde, uma nova e brutal medida: os desempregados deveriam sair do país.

(...)

O problema é que todas as fronteiras estavam fechadas. Em todos os países a peste fizera o seu caminho e por todo o lado as medidas haviam sido idênticas. Como ninguém abria as fronteiras, a opção foi colocar os desempregados em enormes barcos e enviá-los para o centro do mar.

(...)

Nos meses seguintes não foi registado nenhum novo desempregado, o que mostrou o acerto das decisões.

Chegou, então,mais tarde, a hora de se anunciar que a nova peste estava definitivamente irradicada. As ruas estavam agora desertas, os espaços públicos vazios, os autocarros com um ou dois passageiros circulavam à vontade no meio do tráfego inexistente. As ruas - onde antes mal se podia caminhar - eram agora espaço onde os pássaros faziam ninhos e outros animais lutavam entre si.

De qualquer maneira, visto do alto de um satélite, o país e os diversos continentes, mesmo que vazios, ainda eram belos. E que pode importar mais a um planeta do que amnter a beleza, quando visto de cima.»

 

Do melhor que tenho lido sobre a peste que assola a sociedade actual, mas no fundo o interesse geral continua nas estrelas, ou melhor nos satélites! Se eles continuarem a retratar com relativa beleza o nosso mundinho, não há problema! O desemprego é, afinal, tratado como uma pequena nuance!

 

Este artigo é da edição nº834 da Visão. Com muita pena não está na visão online, por isso se o quiserem ler na íntegra vão ter de procurar numa biblioteca ou espaço público perto de si!


Sábado, 07 de Fevereiro de 2009

[É certo que este post deveria ter sido escrito há uns dias atrás, mas impedimentos temporais não nos deixam escrever tudo aquilo que queremos, sempre que queremos!]

 

Ora bem vamos lá tentar situarmo-nos no espaço e já agora no tempo.

 

A petrolífera francesa Total, decidiu contratar uma empresa italiana de trabalho temporário, de nome IREM para a realização de uma obra no valor de 200 milhões de libras. Esta empresa tendo por base a exploração capitalista à escala mundial vai buscar os menos qualificados e aqueles que estão dispostos a fazer muito por pouco, que dentro da velha europa são precisamente os italianos e portugueses.

 

Os factos são:

Uma petrolífera francesa.

Uma empresa de trabalho temporário italiana.

Uma taxa recorde de desemprego na UE.

Globalização da economia.

 

Depois disto vieram os "british´s" para a rua reivindicar trabalho inglês para trabalhadores ingleses. E do alto da sua irrogância ainda dão a cara para dizer - pelo menos o Sr Whitehurst que negou quaisquer motivos «proteccionistas, xenófobos ou racistas».

 

Pois é logo os nossos amigos ingleses que recusam por motivos proteccionistas o alargamento da zona euro ao seu território. Logo os nossos amigos ingleses que não estão dentro do espaço Schegen para evitar a invasão do seu país por outras cores e culturas - diga-se que vivem numa cultura xenófoba e racista.

 

A verdade é que a exploração do homem pelo homem é sempre má, mas é preciso haver um peso e uma medida e ter o descernimento de separar o essencial do acessório.  A exploração é sempre exploração, só por si, cabe aos trabalhadores terem a cabeça no meio dos ombros e não afastarem outros só porque são portugueses ou italianos e "nós" britanicos estamos sem trabalho.

 

Se fossemos a ser rigorosos (isso, acho que nem antes da globalização era possivel) a petrolífera francesa Total deveria apenas ter trabalhadores franceses e já agora não deveria ter postos de exploração de petróleo em território inglês, ainda que em território francês (tanto quanto sei!) não haja petróleo!

publicado por M.M. às 22:32

Segunda-feira, 02 de Fevereiro de 2009

Em relação aos tele-jornais o meu cérebro anda numa fase de semi-adormecimento.

 

Hoje, mais uma vez não foi excepção. Isto até ter ouvido uma das músicas de Abril entoada a plenos pulmões por grevistas da indústria corticeira, que já não recebem o seu salário há vários meses.

 

Velhas músicas entoadas em velhas lutas. Que hoje como à 30 anos atrás fazem sentido ser entoadas em prol de um novo mundo empresarial, no qual operários e patrões trabalham em comum e não para que aos parcos salários sejam ainda mais retiradas as contrapartidas da mais-valia de quem Marx falava e que hoje tal como ontém se mantém actual.

 

 

Não há capitalismo sem exploração, por muito que, quando dá jeito, se queira dourar a pílula.


De qualque modo, a minha apreciação resulta enevoada por uma limitação que trago comigo há muito: não consigo ouvir falar de capitalistas e mais-valia, na mesma frase... sem ficar inundada de trocadilhos parvos prontos a serem produzidos pela ponta dos meus dedos...

publicado por M.M. às 22:13

Terça-feira, 27 de Janeiro de 2009

“O capitalismo, tal como é praticado, é uma lucrativa e insustentável aberração do desenvolvimento humano. O que pode ser chamado de “capitalismo industrial” não o é conforme com os seus próprios princípios de prestação de contas. Ele liquida o seu capital e chama a isso rendimento. Despreza a atribuição de qualquer valor ao maior stock de capitais que emprega – os recursos naturais e os sistemas vivos, bem como os sistemas sociais e culturais, que são a base do capital humano.”
 
Adaptado de Hawken, Lovins e Lovins (1999), Natural Capitalism
 
 
 
O desemprego pode suscitar mil e uma discussões teóricas e ser (in)evitável como "destruição criadora", como "reconversão" da nossa economia, como efeito de políticas erradas na assentam no engodo do "modelo social europeu" insustentável face à situação actual, nem que mais não seja a relação natalidade-mortalidade.
 
A actual situação do emprego arond the world, face à actual crise do capitalismo parece ser inevitável pois o mercado não tem a plasticidade suficiente para encontrar alternativas que tornem "criadora" a "destruição" dos milhares de postos de trabalho anunciados neste fatídico 27 de Janeiro de 2009.
 
Pelo facto de não "termos" uma solução a curto-prazo para a  situação isso não implica que todos nós não devemos deixar de olhar para cada um destes desempregados e para as suas respectivas famílias que a partir de hoje vêm o seu futuro menos risonho, mais negro, mais inseguro. Eles sentem que falharam, tinham algumas ilusões que perderam. Mas "nós" - em contraste com o "eles" - falhamos mais se não temos a consciência de fazer alguma coisa. Porque se pode na acção cívica, no mundo empresarial, na política, fazer muita coisa por estes "novos" desempregados, especialmente pelas mulheres que não se podem voltar a subjugar ao jugo machista da sociedade em que vivemos, resumindo a sua condição à de mãe de família e de fada do lar, elas muito lutaram pela sua emancipação para serem agora "obrigadas" a regressar ao lar doce lar, perdendo com este regresso as vantagens proporcionadas pelo mundo de trabalho - a não ser que o PND ganhe as próximas eleições e passe a atribuir um salário a todas as donas de casa, perspectiva bem irrealista a meu ver!
 
O alerta que me apetece fazer é aos governos desses países espalhados à volta do mundo. Não olhem para estes desempregados como mais um número da inevitabilidade crítica da economia de mercado actual.
E um alerta muito pragmático para o governo português. Em ano de eleições era bom não se voltarem mais uma vez para o betão, mas por uma vez - e importante vez - para as pessoas. 

Terça-feira, 07 de Outubro de 2008

«Não podemos considerar que o rápido crescimento das cidades seja harmonioso, se os moradores dos bairros marginais não têm oportunidades laborais que lhes permitam melhorar as suas condições de vida», afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, numa declaração a propósito do Dia Mundial do Habitat, que se comemora todos os anos na primeira segunda-feira de Outubro.

 

Ban Ki-moon advertiu que «o crescimento harmonioso» das cidades deve preservar o meio ambiente, lembrando que parte dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio inclui a melhoria significativa das condições de vida de pelo menos cem milhões de moradores dos bairros mais marginais do planeta.

Segundo estatísticas das Nações Unidas, um em cada três habitantes de uma cidade reside num bairro pobre, onde faltam cuidados de saúde e serviços educativos e sanitários.

 

Fonte.


Segunda-feira, 19 de Maio de 2008

Muitos parecem ter medo de assumir compromissos, de tomar posição de forma consciente. Deixar andar as coisas na esperança que elas mudem é a negação da pessoa, pois só se pode ser pessoa sendo "sujeito consciente e livre".

 

Claro que isso acarreta incómodos. Quantos preferem não lutar pelos seus direitos para evitar chatices, dificuldades?

 

Muitos trabalhadores, por exemplo, não exigem o seus direitos porque receiam a perseguição, pois, apesar de terem a lei do seu lado, não têm, geralmente, o apoio dos colegas, que poderiam ser testemunhas abonatórias, mas que também eles têm medo de ser penalizados por essa atitude.

 

Não basta ter a lei do nosso lado, é preciso lutar pelo seu cumprimento. Não basta exigir aos governos que façam cumprir a lei se os cidadãos não se mobilizam para a obrigarem a cumprir.

 

Adaptado da Rubrica Fé e Compromisso de José Dias da Silva, Correio de Coimbra, 18.05.08 - texto publicado com o título original Democracia Quotidiana

publicado por M.M. às 22:49

Sábado, 10 de Maio de 2008

 
Este Sábado, 10 de Maio, celebra-se em todo o mundo, o Dia Mundial do Comércio Justo (DMCJ). O tema deste ano é dedicado à Ecologia – “Comércio Justo + Ecologia”-, pretendendo-se promover a consciencialização das pessoas e instituições para os problemas ambientais, quer a nível local quer a nível internacional.

 

Deixo-vos aqui um pequeno filme animado para que "a brincar" todos nos possamos aperceber que a exploração do mundo não é nenhuma brincadeira. Cabe-nos a nós, consumidores finais, tomar as melhores decisões de compra.

 

publicado por M.M. às 12:53

Quinta-feira, 08 de Maio de 2008

Image

 

Quando se aproxima o Campeonato da Europa de Futebol e os Jogos Olímpicos de Pequim, a campanha "Play Fair 2008" lançou um relatório onde se reafirmam os abusos cometidos na indústria de equipamentos desportivos. Na China, Índia, Tailândia e Indonésia, os trabalhadores entrevistados revelaram abusos físicos e psiológicos quotidianos. Na China, relatam-se casos de empregados – em fábricas que fornecem algumas das grandes marcas mundiais daqueles equipamentos –, que recebem menos de 1,30 €/dia e que cosem bolas a 30 cêntimos por unidade.
 

 Fonte.

publicado por M.M. às 22:57


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